crua.

madalena
1 min readJan 27, 2018

--

por Polly Nor.

eu sou

sólida na forma dos seus dedos
mas viro abstrato
retrato
imaginário da tua luz falha
revelo aos teus olhos
desejos
que não tem deixam dormir.

crua como mulher de botequim
‘coisa ruim’ no altar da igreja
puta
por que diabos minha liberdade te causa tanta repulsa?

prosa viva
que rodopia nas tardes
se esconde nas ruas
onde estás, Verônica?

realista nos traços
o cheiro de pinga vira a esquina
brilhantina
tão sublime que você até se pergunta
será que?

revolução
pela praça, na rua
nos lábios
o vermelho
poder.
o diabo morre de medo daquele vestido
das costas nuas
do não.

poetisas das calçadas
da vida
te proclama amor na noite
e na manhã que entra na ponta do pé
corre
pelo espírito da boemia.

ode ao contato da pele

eufórica, dada e vilã. Deus que me livre ser submissa.

mulher!
não cala
não esconde camadas
a superfície vem à tona
pro teu ver, louca
mas sob tuas digitais
crua.

--

--